A Igreja honra como mártires este coro de crianças, vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços das suas mães para escrever com o seu próprio sangue a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e merecer a glória eterna, segundo a promessa de Jesus: “Quem perder a vida por amor a mim há-de encontrará-la”. Herodes, chamado “o Grande”, governava o povo judeu, dominado por Roma, na época do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Herodes era idumeo, isto é, não era um judeu pertencente à casa de David e Aarão, mas descendia de um povo que foi forçado a abraçar o judaísmo por um tal de João Hyrcan. Ocupava o trono da Judéia por um favor especial da casa Imperial de Roma. Portanto, desde que ouviu dizer que já estava no mundo um ser nascido como “rei dos judeus”, a quem os três sábios magos do Oriente vieram adorar, Herodes ficou perturbado e vivia com medo de perder sua coroa. Assim, ele convocou os sacerdotes e escribas para sondar-lhes sobre o lugar preciso onde deveria nascer o Messias. A resposta unânime foi: “Em Belém da Judeia». Mais assustado do que nunca, ordenou todo o tipo de diligências para encontrar os magos que vieram do Oriente em busca do “rei” para lhe prestarem homenagens. Tendo encontrado os magos, interrogou-lhes secretamente sobre seus conhecimentos, os motivos da viagem, suas esperanças, até que, por fim, recomendou-lhes que fossem a Belém e os despediu dizendo: “Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore” Mt 12,8. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, depois de prestarem suas homenagens ao menino, partiram para a sua terra por outro caminho. «E, tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: `Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar`». O episódio é narrado somente pelo evangelista Mateus, que se dirigia principalmente aos leitores hebreus e, portanto, tencionava demonstrar a messianidade de Jesus, no qual se realizaram as antigas profecias: “Quando Herodes descobriu que os sábios o tinham enganadom ficou furioso. Mandou matar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo que ele tinha apurado pelas palavras dos sábios. Foi assim que se cumpriu o que o profeta Jeremias tinha dito: Em Ramá se ouviu um grito: coro amargo, imensa dor. É Raquel a chorar seus filhos; e não quer ser consolada, porque eles já não existem.” Esta festa dos Santos Meninos é celebrada pela Igreja desde o V século, que os venera como mártires que não apenas morreram por Cristo, mas também no lugar de Cristo.

Outras comemorações do dia:

São Marcelo, o Acemeta, Monge († 470);
São Tadeu, o Confessor;
São Jorge, Bispo de Nicomédia.

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